terça-feira, 14 de outubro de 2014

Adaptação, nem sempre é fácil

Nem sei quantas vezes eu achava que não teria valido a pena ter feito a cirurgia do Implante Coclear. Quantas vezes eu achava que tudo seria limitado, que eu passei por um sacrifício por nada... Mas eu sabia que nada seria fácil e que tudo estava em jogo. Eu sabia que precisaria treinar mais e mais... E trabalhar em equipe como um time de futebol... Saber reconhecer os sons foi como dar os primeiros toques, ás vezes até perdia a bola como se perdesse o som. Além dos toques podemos aprender as embaixadinhas, dar dribles, e sair driblando o medo de ouvir, o medo do desconhecido, mas para chegar lá, é preciso de muito treinamento, e os passes, é quando a gente não tem o medo de conversar, cada um pode dar um passe mais longo ou mais rápido, como pode haver pessoas que falam alto ou rápido, e aqueles que dão um passe fraco e devagar, como aquelas vezes que não entendemos uma conversa. Mas tudo faz parte, cada toque de bola, cada embaixada, cada drible, tudo isso a gente já comemora, afinal aprender a ouvir para mim foi um projeto dentro do campo. Fazemos parte de uma equipe, entrando em campo, sofremos falta, tocamos a bola, recebemos, chutamos e marcamos gol, cada detalhe, cada som, por mais pequeno que seja, podemos comemorar, vibrar, tudo faz parte de um aprendizado, a torcida esta com a gente e ouvir é sim um golaço!
(Marcelo de Paula)